sábado, 19 de maio de 2012

"LOVE"




Love foi um grupo de rock dos Estados Unidos formado nas décadas de 60 e 70 na cidade de Los Angeles, Califórnia, liderado pelo compositor e guitarrista Arthur Lee.
A banda foi formada em abril de 1965 após tocarem algum tempo sob o nome de Grass Roots, que foi abandonado porque um outro grupo já começava a fazer sucesso usando essa alcunha.
Arthur Lee (vocais e guitarra) se juntou ao seu amigo de infância Don Conka (bateria), a Bryan Maclean (guitarra e vocais, um ex-roadie dos Byrds e que também tentou entrar para os Monkees),
e a Ken Forssi (baixo) e começaram a se apresentar em vários clubes de Los Angeles,
como o Bido Lito’s e o Whisky a Go Go.

Don Conka , devido ao seu envolvimento com Heroina, foi logo substituido por Alban “Snoopy” Pfisterer . A gravadora Elektra percebe o sucesso que o Love faz e oferece um contrato para o grupo.
Em Abril de 1966 chega as lojas o primeiro trabalho - homônimo - da banda, puxado pelo hit single
“My Little Red Book”, uma música de Burt Bacharach que Lee escutava direto na versão dos ingleses do Manfred Mann , sendo devidamente “acelerada” por ele e cujo riff serviu de inspiração para um certo
Syd Barret escrever a sua Interstellar Overdrive. Este primeiro trabalho do Love é marcado notadamente pelo folk rock, em canções como “Can’t Explain”; “A Message to Pretty” e “Signed D.C.”
(dedicada à loucura de Don Conka).
Em Março de 1967, é lançado Da Capo, o segundo disco que trouxe novas alterações: entra Michael Stuart na bateria (Snoopy assume os teclados) e Tjay Cantrelli nos sopros.
Da Capo mostraria bem a versatilidade do Love em composições como”Stephanie Knows Who”,
com o seu andamento de valsa e “¡Que Vida!” , que tem elementos de ska.
Bryan Maclean também mostra o seu talento como compositor na romântica e surreal “Orange Skies”.
Ao mesmo tempo em que a criatividade do grupo parece não ter fim, os problemas internos são cada vez maiores: a personalidade instável de Arthur Lee, aliada ao uso desmedido de LSD, gera muitas brigas entre os integrantes e o faz cometer loucuras como recusar um convite de John Phillips dos
The Mamas And Papas para tocarem no Monterey Pop Festival,
o que certamente daria uma projeção formidável ao Love.
Um dos guitarristas do Big Brother And The Holding Company (banda que acompanhou Janis Joplin no início) que era muito próximo a Arthur Lee e sua trupe, disse em uma entrevista que eles deveriam mudar o nome para “Hate” (Ódio) tamanha as desavenças existentes entre o grupo, algo que ia contra as letras poéticas e a suavidade instrumental. No segundo semestre de 1967, Arthur Lee começa a Ter “premonições” referentes à sua morte - mais uma bad trip da sua cabeça - e começa a compor aquele que, segundo ele, seria seu trabalho póstumo: o genial Forever Changes.
Lee sabia que o Love não era técnico o suficiente para gravarem sozinhos os complexos arranjos que suas atuais composições pediam, por isso cercou-se dos melhores músicos de estúdio que pôde, incluindo músicos da filarmônica de Los Angeles e a produção ficou a cargo do tarimbado Bruce Botnick
(juntamente com Neil Young mas este acabou desistindo). A idéia do disco era misturar vários estilos de música como: jazz, folk, música caribenha e até erudita.
Nesse período, Lee iniciou uma amizade muito forte com Jimi Hendrix, e tiveram a idéia de realizarem um trabalho em conjunto ( o que se concretizou em parte no disco False Start).
As sessões de gravação foram bastante conturbadas porque na verdade, a banda já tinha se deteriorado. Lee, após o témino das gravações, reformulou todo o grupo, ficando como o único membro original.
A nova formação incluía George Suranovich (bateria), Frank Fayad (baixo) e Jay Donnelan (guitarra).
O som torna-se um pouco mais pesado com nítida influência do Cream e do Jimi Hendrix Experience. Gravam os discos Four Sail (1969); Out Here (1969) e False Start (1970),
neste último Jimi Hendrix participa na faixa “The Everlasting First”.
Após 1970 Arthur Lee decide partir para a carreira solo lançando o disco Vindicator.
Nas décadas de 70 e 80, o Love foi remontado algumas vezes por Lee sem o sucesso que alcançou nos anos 60. No final de 1998, morre Bryan Maclean e em 1999 Alban “Snoopy” visita o Brasil onde realiza algumas Jams em São Paulo com o grande guitarrista Lanny Gordin. Arthur Lee, que sempre teve um temperamento difícil e problemas com drogas, é preso em 1996 por porte ilegal de arma de fogo e por ameaçar um vizinho. Fica na prisão por 5 anos saindo em dezembro de 2001.
Monta um novo Love e sai em turnê pela Europa e Estados Unidos.


Discografia

- Álbuns de estúdio

1966: Love
1967: Da Capo
1967: Forever Changes
1969: Four Sail
1969: Out Here
1970: False Start
1975: Reel to Real

- Ao vivo

1980: Love Live
1982: Studio / Live
2003: The Forever Changes Concert

- Coletâneas

1995: Love Story 1966-1972
2003: The Best of Love

- Singles

1966: “My Little Red Book”/A Message To Pretty”
1966: “7 and 7 Is” b/w “No. Fourteen”
1966: “She Comes In Colors”/”Orange Skies”
1967: “Que Vida”/”Hey Joe”
1967: “Alone Again Or”/”A House Is Not A Motel”
1968: “Your Mind and We Belong Together” b/w “Laughing Stock”
1994: “Girl on Fire” b/w “Midnight Sun”

- Outros

1992: Arthur Lee and Love